Encontramos momentos na vida, que nos inspiram, para divulgarmos aquilo que a nossa própria alma sente. Com certeza, estes momentos nascem numa experiência interior, quer dizer, num profundo diálogo com Deus. Estes momentos nascem, quando mergulhamos dentro da nossa alma e nós nos perguntamos: de onde viemos, onde estamos e para onde caminhamos? E encontramos a resposta neste profundo diálogo com Deus - quando Ele se torna, para nossa existência, o Caminho, a Verdade e a Vida. Assim, compreendemos, que o Senhor nos convida a cumprir uma grande missão: que todos possamos nos chamar de irmãos e de seus filhos.

É preciso que exista mais amor e união entre nós, para que possamos ser a semelhança e a imagem de Jesus Cristo. Foi ELE que afirmou que veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância.

Nestas reflexões, quero convosco mergulhar no fundo das nossas almas e procurar viver a vida conforme nos foi dada.

Pe. Jan Zasowski

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O mistério no caminho da vida – Irmã morte...


O homem não nasce para morrer mas para começar.  (R. Garaudy)



Lembra-te, ó homem, que és pó e em te hás de tornar” (Gen. 3, 19).

Fomos chamados para o dinamismo da vida.
Por  isso  a ideia da morte nos incomoda. Deixamos para pensar sobre isso mais tarde, mas, na verdade, queremos fugir desta realidade. Ela nos assusta,  enquanto o nosso desejo é continuar a vida.

Mas, como fala São Francisco, a Irmã a morte vem,  e no momento que não esperamos.
Ela vem para ricos e pobres, para os pecadores e santos.
Ela já foi programada no caminho da nossa caminhada.
Para aqueles que compreenderam os ensinamentos de Cristo a morte se torna somente uma passagem. Como se fosse um barco, que nos oferece o lugar para atravessarmos o rio e chegarmos à outra margem, onde esperam por nós.
Deus-nos confiou uma missão nesta vida e depois que a cumprirmos, Ele estará à nossa espera, para estarmos junto com ELE durante toda ETERNIDADE.

São Paulo, o apóstolo das nações, compreendeu bem a Irmã morte, dizendo: “ As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. (1 Cor 2. 9)

Por isso, naquele momento, nós vamos-nos apresentar  diante de Deus trazendo tudo o que realizamos na prática do amor vivenciado e testemunhado. E também o que fizemos multiplicando dos nossos talentos para o nosso crescimento e o crescimento de todos aqueles a quem servimos e para os quais nós nos doamos.
O Cristo com seu sangue derramado na Cruz venceu a morte.

Sabemos, que a morte é o preço do pecado: pelo pecado entrou a morte.
A morte é o começo da vida, é o prêmio dos nossos sacrifícios.  Jesus dizia aos discípulos: “A vossa tristeza se converterá em alegria”. (Jo 16, 20)

A tristeza do corpo se converterá em alegria da alma e do Céu, se vivermos segundo os valores que nos deixou Jesus Cristo.  Assim, a morte não se entende como o fim,  mas como o começo .
Por isso o cristão não tem motivo ficar triste com a morte, nem procurar fugir dela. O cristão encara a morte como realidade, como esperança e alegria, como uma conclusão maravilhosa da aventura cristã. Naquele momento encontram-se e alegram  para sempre – o filho e o Pai, o namorado e o Amor, o servo bom e fiel, o Senhor justo e generoso!

Na casa do meu Pai a varias moradas (Jo 14,2) – disse Jesus.

A Vida é Jesus Cristo!

Lembrança da morte ensina-nos a renunciar às coisas da terra.
A única riqueza que vamos levar é o bem que praticamos durante a vida.
Por isso devemos aprender a morrer um pouco cada dia por meio de desprendimento, morrendo para o nosso egoísmo, ambição, idolatria, para, cada dia, nascer  ao serviço que nos foi confiado.
Ó morte, como é amarga a tua lembrança  para o homem que vive isolado nos seus bens e seus prazeres! 

Mas, para o seguidor fiel de Cristo a alma desprendida abandonada totalmente em Deus escuta as palavras do Salmo “Alegrei-me quando me disseram, vamos à casa do senhor.” (Sl 121,1)

A morte nos ensina amar a verdade, porque esse é o momento de grande verdade. Tudo será conhecido profundamente.
Todos nós conheceremos a plena verdade sobre nós mesmos e nada será escondido. A verdade nos mostrará a nossa felicidade.

A nossa vide é breve. Não é bom mentir diante de nós mesmos.
Tudo o que não é verdade será revelado e seremos arrependidos que não aproveitamos o tempo para amar como Jesus pediu que amássemos, cumprindo verdadeiramente o tempo da nossa vida: cada segundo, minuto, dia, ano...

Se fizermos bom uso de tudo o que Deus nos confiou, chegando essa hora para ir ao encontro do Pai, estaremos satisfeitos que aproveitamos bem o nosso tempo e os dons recebidos de Deus.
Por isso precisamos orar: Ensina–nos, Senhor, a contar os nossos dias, para que alcancemos a sabedoria do coração, aquela sabedoria que nos convence de que apenas boas obras e o serviço a Deus têm valor para a vida eterna.

Maria, Mãe da boa morte, ajude-nos a ficarmos bem preparados para essa hora, em que estaremos nos braços do nosso Pai Celeste. Como teus filhos, ó Maria, queremos lembrar sempre, que mesmo morrendo, devemos pensar na VIDA, pois ela continua para sempre.
Pe. Jan Zasowski


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